Após um longo primeiro dia de caminhada que incluiu visita ao Salto Grande, travessia de catamarã pelo Lago Pehoé, além de uma caminhada de 22 km pela trilha Pehoé-Grey, chegou a hora de realizar a segunda etapa do Circuito W.
Muitos realizam o caminho entre os Refúgios Pehoé e Cuernos conjugado com a subida ao Vale Francês, cujo ponto inicial se encontra no meio do caminho desses 2 refúgios. No entanto, preferimos realizar esse trajeto com mais calma e assim, realizamos a caminhada com mochilão nas costas nesse segundo dia até o Refúgio Cuernos e no outro dia fizemos a subida ao Vale Francês.
Parte 1: Acampamento Pehoé ao Italiano
Essa primeira etapa entre o refúgio e acampamento Pehoé até o acampamento Italiano tem uma distância total de 7,6 km, com uma duração estimada de 2 horas.
No geral, esse caminho é bastante fácil já que a trilha é bem demarcada e plana em quase toda sua extensão.
Ao longo do caminho é possível observar a todo momento o imponente Cerro Paine Grande de um lado, enquanto do outro lado a principal atração da trilha é a presença do Lago Skottsberg durante boa parte do percurso.
A chegada ao acampamento Italiano é um bom marco independente do objetivo que se tenha durante o trekking.
Chegar ao acampamento italiano foi como alcançar o primeiro objetivo de tantos outros que alcancei durante o Circuito W em Torres del Paine. Não que o primeiro dia havia sido fácil, mas era a primeira vez que eu realizava um trekking com uma mochila cargueira nas costas e isso é um desafio imenso para qualquer pessoa e não foi diferente no meu caso.
Parte 2: Acampamento Italiano ao Cuernos
A parte final do trekking nesse segundo dia possui uma distância de 5,5 km e, apesar desse caminho ter 2 km a menos que a primeira parte, a estimativa de duração desse trajeto é de 2 horas e meia.
O ponto alto desse trajeto é caminhar admirando o Lago Nordenskjöld que chega a desconcentrar os caminhantes com suas águas verde esmeralda.
Outro fator importante nessa área é a presença de fortes ventos. Apesar de perigosos, esses ventos acabam gerando belos espetáculos da natureza como o que pode ser visto na foto do arco-íris acima, onde a ação do vento é tão forte que chega a levantar uma fumaça de água no Lago Nordenskjöld.
E se você ainda não está acreditando no poder do vento patagônico, saiba que em diversos momentos durante o trekking ocorrem rajadas tão fortes de vento que obrigam as pessoas a segurarem em uma árvore ou até mesmo deitarem no solo para não serem carregadas pelo vento.
No entanto, mesmo seguindo a risca essas dicas, houve um momento que fui pego de surpresa com uma rajada de vento que nem com a ajuda do bastão de trekking consegui me manter em pé e fui praticamente arremessado ao chão pelo vento. Por sorte, o local não era uma área arriscada e consegui cair de uma forma a não me machucar.
Após o susto, a trilha segue e quase chegando ao Refúgio Cuernos, o caminho nos leva a passar por uma espécie de praia de pedras que forma um lindo visual para apreciar a paisagem, além é claro de ser um ótimo ponto para descansar e recarregar o squeeze com água pura e gelada do Lago Nordenskjöld.