Trilha ao Vale do Francês: 3º dia do Circuito W

Trilha realizada no dia 06/12/2010

Após um dia de caminhada no qual o maior desafio foi carregar uma mochila cargueira nas costas, já que a trilha do Acampamento Pehoé ao Cuernos era relativamente fácil, chegou o momento de realizar a trilha mais complexa dentre todos os 5 dias do Circuito W no Parque Nacional Torres del Paine na Patagônia Chilena.

A distância total desde o Refúgio Cuernos até o Mirante do Vale do Francês é de 13 km e, considerando que foi feito um bate-volta, o total percorrido no dia foi de 26 km.

Além disso, para complicar ainda mais a trilha, o Acampamento Italiano possui um desnível até o Mirante do Vale do Francês de 1.000 metros. Portanto, é necessário um grande preparo físico para aguentar a subida até a chegada ao Mirante e aguentar firme o impacto nos joelhos na volta devido a descida até o Acampamento Italiano.

Parte 1: Acampamento Cuernos ao Italiano

A primeira parte da caminhada serve quase como um aquecimento visto que essa trilha já havia sido feita no dia anterior. São 5,5 km de uma trilha em terreno com poucos desníveis e que nos brinda com a bela vista do Lago Nordenskjöld.

Lago Nordenskjöld

Como o foco principal nesse dia era o Vale do Francês e considerando que a caminhada seria longa, esse trecho foi feito rapidamente. No entanto, vale a pena parar em certos pontos para apreciar as incríveis paisagens ao longo dessa trilha. Mais detalhes desse trecho também podem ser vistos no relato do 2º dia do Circuito W.

Parte 2: Acampamento Italiano ao Britânico

A subida desde o Acampamento Italiano até o Britânico é sem dúvida a parte mais difícil a ser superada nesse 3º dia de trilha no Circuito W em Torres del Paine.

No total são apenas 5,5 km de distância como na Parte 1, no entanto a dificuldade desse trecho é bem maior, fazendo com que a trilha demore quase o dobro do tempo.

Acampamento Britânico

O início da trilha é pesado, sendo que se realiza praticamente uma “escalaminhada” entre pedras durante quase 1 hora. E como a caminhada se realiza entre pedras, para demarcar um caminho nesse local foi adotada uma técnica de amarrar fitas rosas nas pedras ou em galhos de árvores espalhados pelo trajeto.

A primeira grande atração durante a subida pelo vale é a vista do Glaciar do Francês. Apesar de ser bem menor comparado ao Glaciar Grey, o Glaciar do Francês impacta pela forma que se incorpora a paisagem do Cerro Paine Grande.

Glaciar do Francês

A subida parecia não ter fim e a cada novo passo dado, mais distante se podia ver e apreciar a beleza do Lago Nordenskjöld, assim como o tanto que já havia sido superado da trilha até o objetivo final que seria o Mirante.

Vista do Lago Nordenskjöld na subida ao Vale do Francês

Parte 3: Acampamento Britânico ao Mirante

Após uma parada para repor as energias no Acampamento Britânico, começamos a subida final até o Mirante do Vale do Francês.

São apenas 2 km que separam o Acampamento Britânico do Mirante e apesar da precária estrutura desse acampamento, muitas pessoas passam a noite nesse local justamente para poder observar o nascer ou o pôr do sol no mirante que se encontra a meia hora do acampamento.

Mirante do Vale do Francês

Chegar ao mirante é o último obstáculo dessa subida que ultrapassa os 1.000 metros de altitude, e a recompensa é um visual dos mais incríveis que a natureza pode proporcionar.

A primeira reação ao chegar no mirante é olhar para trás e se sentir realizado em ter chegado tão longe e tão alto. Desde o mirante é possível observar toda a beleza do Vale do Francês que foi percorrido por quase 10 km de uma dura subida.

Vista do Vale do Francês desde o Mirante

Mas o visual desde o mirante não se resume ao Vale do Francês. Desde o mirante é possível avistar uma imensa cadeia de montanhas que cerca todo o vale.

À direita de quem chega ao mirante é possível apreciar as montanhas que vão desde os famosos Cuernos del Paine e que se estendem pelos Cerros Máscara, Hoja e Espada.

Cerro Espada, Cerro Hoja, Cerro Máscara e Cuerno Norte

Já à esquerda de quem chega ao mirante é possível observar uma grande quantidade de montanhas, começando pelos Cerros Fortaleza e Escudo, passando pelos Cerros Cabeza del Índio e Aleta de Tiburón, e terminando nos Cerros Catedral e Castillo.

Cadeia de Montanhas vista desde o Mirante

Vale muito a pena ficar pelo menos 1 hora nesse mirante para admirar essa paisagem única que tive a sorte de ver in loco num belo dia de primavera, apesar das nuvens carregadas que se aproximavam rapidamente da região pouco antes do regresso a trilha com destino ao Refúgio Cuernos.

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